Crescimento de fontes de energia limpa é boa notícia para o país

Um dos projetos de energia solar que ilustram esse boom está sendo implantado no Cadeg, em Benfica. Mais de cinco mil placas fotovoltaicas formam o maior telhado solar da capital fluminense. Para se ter ideia do alcance, basta dizer que a energia produzida ali, em área maior que a do campo do Maracanã, daria para abastecer mil residências. Estima-se que, mesmo com os custos de instalação e manutenção, a economia na conta de luz será superior a R$ 4 milhões na próxima década e meia. Nada mau. Nas residências, o avanço também tem sido significativo. Somente este ano, o uso de painéis solares em casas e em pequenos comércios aumentou 70%.

Outra iniciativa no campo da energia limpa que vem ganhando força é a instalação de cataventos gigantes. Segundo o JN, já existem mais de 7 mil espalhados pelo país. Juntos, produzem mais energia do que a Hidrelétrica de Itaipu, beneficiando quase 80 milhões de brasileiros. A estimativa é que em 2022 serão cem milhões.

Reportagem do GLOBO publicada em novembro do ano passado mostrou que a energia eólica já responde por quase 14% do Sistema Interligado Nacional. Mas, se for considerada apenas a Região Nordeste, esse percentual sobe para 70%. No fim do ano passado, o Brasil contabilizava mais de 500 parques eólicos, sendo a maior parte nos estados de Ceará, Rio Grande do Norte e Bahia. Se em 2011 a capacidade instalada de energia eólica no país era de apenas 1 GW, hoje ultrapassa 14 GW.

Estudo feito pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) mostra que o Brasil está cumprindo o compromisso de investir em fontes limpas e renováveis de energia, dentro dos objetivos definidos pela ONU. Segundo o especialista José Mauro de Morais, do Ipea, a participação de todas as fontes renováveis na matriz energética brasileira é de 43% — e no mundo, de 18%.

Num país de dimensões continentais como o Brasil, em que há fartura de sol e de ventos fortes e regulares, essas fontes de energia solar são um caminho natural e desejável. À medida que o tempo avança, os preços de implantação desses sistemas tendem a ficar mais competitivos, o que acaba impulsionando ainda mais essas iniciativas. Elas são saudáveis para o consumidor, para o país e, especialmente, para o planeta.

Fonte: https://oglobo.globo.com